A maldição do vale negro
Mauricio Ferreira.
Entre montanhas sombrias
Perco meu senso, vem perigo
Deixo-me solto, em risco
De onde não há retornar.
Penetro sua escuridão
Encontro minha luz lá perdida
O que é amor? Só partida?
Despedida, e não voltar?
Mergulho em teu vale negro
Sôfrego vou, me deleito,
Bebo tua fonte, teu leito,
Saudade, dói respirar.
Esse negror infinito
Puxa-me um útimo suspiro
Estraçalha tua gravidade
O meu pobre coração
E tuas estrelas afiadas, sorriem
Ao longe, em escuro mistério
Ah, Dionysos como quero.
Perder, perder-me, ceder.