domingo, 6 de maio de 2018

A mulher e seus brinquedos.

A noite na cama,
Ela brinca.

Brinca com seus brinquedos,
Todos pretos,
Como um luto.

Brinca fingir desejo.
E fingindo prazer,
Finge fingir liberdade.

E nesse sonho de fada,
Bruxa, ninfa,
Ou Sherazade,
Finge assim atingir ao cume
do que ela chama lealdade.

E eu, que em outro leito me deito,
Viro pro lado e durmo.

Sonhando também ser brinquedo.

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