domingo, 6 de maio de 2018

Fragmentário ou a estória de um abismo.

Não sou mar, nem montanha,
sou entre eles, sou nada.
Sou um penhasco profundo.
Eu sou o fim da picada.

Sou o seu medo mais claro.
Um tal pavor incontido.
Teu corpo solto no ar,
e uma tensão no umbigo.

E o sol que brilha em mim
te cega, a vida ofuscada.
Não sou amor? Sou prazer?
Sou só uma grande roubada?

Sou a raiz que seguras,
no alto do meu abismo.
Por que não soltas? Não pulas?
E então perder o juízo.



Maurício Ferreira*

* o alterego onírico de Mauricio Cardoso

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