Não sou mar, nem montanha,
sou entre eles, sou nada.
Sou um penhasco profundo.
Eu sou o fim da picada.
Sou o seu medo mais claro.
Um tal pavor incontido.
Teu corpo solto no ar,
e uma tensão no umbigo.
E o sol que brilha em mim
te cega, a vida ofuscada.
Não sou amor? Sou prazer?
Sou só uma grande roubada?
Sou a raiz que seguras,
no alto do meu abismo.
Por que não soltas? Não pulas?
E então perder o juízo.
Maurício Ferreira*
* o alterego onírico de Mauricio Cardoso
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