domingo, 6 de maio de 2018

Auto-retrato em 3X4.



sou síntese; 

tese de meu pai, 

anti-tese de minha mãe.



eu sou um abismo escuro e profundo. 

t
alvez não...


(mas você nunca vai saber se não saltar.)



sou fácil,
difícil.


sou sim.
não sou.

sou as vezes, 


mas nunca sou.



sou quente, 

as vezes frio;


nunca morno.



estou sempre perto, 

ou sempre longe, 

mudando de acordo com o seu referencial.



sou norte,

(mas meu olhar 
sempre se perde
no horizonte 
de onde a lua vem.)



sou calmo, 

paciente 

e quero tudo pra ontem; de manhã.



sou teimoso.


perdôo sempre,

mas também odeio mortalmente, 

pra sempre; 

pelos próximos quinze minutos.



sou absurdamente racional,
e racionalmente incoerente.



sou verso e prosa.
estribilho
e refrão.

sou poema concreto.



sou ponto,
vírgula,
ponto e vírgula,
dois pontos,
interrogação,
exclamação.

fecha aspas.



sou irritante,
insuportável,
eu sou terrível.


sou doce;
meio amargo.



eu sou amor da cabeça aos pés.



sou homem,
sou arte,
sou marte!
ahh... sou.



sou enlouquecedor,
e a coisa mais calma do mundo.



nem penso. pulo no fogo pra buscar um amigo.

sou branco,
ariano,
preto e negão.

as três coisas que mais amo cabem em embalagenzinhas de 1.65m a pouco mais de 1.80m.
mas duas delas ainda estão em fase de crescimento.



detesto jiló. 

só como quiabo por causa do meu orixá 

(ainda bem que ele não me pede pra comer com frequência, nem puro.).



sempre morro de saudade; 


nunca, nunca admito.



sou um hipogrifo num embate mudo contra uma esfinge.

a

vida pra mim nem sempre é uma questão; 


decifro-te.
devora-me,

não tenho medo de mordidas,

nem de morder!



vou viver muito,
muito,
muito.
muito mesmo! 



até quase encher o saco.



adoro hamlet.

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